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Economia circular é a grande aliada na mudança sustentável das indústrias e setor elétrico

Abandonar a ideia de vida útil linear para um modelo econômico reorganizado e focado na coordenação do sistema em forma cíclica, ou seja, pautada pela utilização da matéria-prima até o seu esgotamento e, por fim, sua reciclagem e reuso, é o caminho para reverter danos ambientais como a poluição de rios e do solo, além de reduzir o desmatamento e o aquecimento global.

As ações sobre sustentabilidade e práticas que nos ajudem a reduzir as mudanças climáticas estão cada vez mais em pauta. A economia circular também ganha palco nessa discussão. Abandonar a ideia de vida útil linear para um modelo econômico reorganizado e focado na coordenação do sistema em forma cíclica, ou seja, pautada pela utilização da matéria-prima até o seu esgotamento e, por fim, sua reciclagem e reuso, é o caminho para reverter danos ambientais como a poluição de rios e do solo, além de reduzir o desmatamento e o aquecimento global.

Isso impacta diretamente o setor elétrico e também toda a cadeia e indústrias. Na tecnologia, por exemplo, essa prática é urgente. Segundo as Nações Unidas (ONU), mais de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidos por ano. Essa realidade exige que cada vez mais as empresas planejem designs advindos de materiais que possam ser reciclados. Uma ação interessante ocorreu na Lenovo, que focou em embalagens sustentáveis a base de bambu e cana-de-açúcar, reduzindo o plástico.

Além disso, vemos um movimento positivo em prol da conscientização do descarte correto de vários setores, como o elétrico. No Brasil, já é possível entregar o lixo eletrônico em lojas de eletrônicos, bancos, farmácias e outros locais e materiais reciclados que viram desconto na conta de luz. Com os materiais, as empresas retiram plástico, vidro, cobre e metais que retornam à cadeia de produção. A Acer, por exemplo, utiliza embalagens recicláveis para notebooks desde 2013 e aproveitou para expandir os dispositivos tornando-os mais ecológicos, visto que usam plástico reciclado na construção de monitores e projetores. A companhia também lançou o programa Earthion, que reúne fornecedores e parceiros para tornar o setor tecnológico mais renovável, desde o consumo elétrico a redução de resíduos e, agora, tem a meta de aplicar energia totalmente limpa em seus processos até 2035 – outro ponto essencial no quesito sustentabilidade, que muitas empresas têm corrido atrás.

Preocupações com as diretrizes ESG (Ambiental, Social e Governança, em português) são comuns nas companhias, que colocam seus esforços para serem cada vez mais conscientes. Até a velocidade de processamento de softwares, em versões mais rápidas como o SAP R Responsible Design and Production têm sido úteis nessas ações, com auxílio na redução de consumo de energia, diminuição dos gases do efeito estufa, entre outros.

É importante ressaltar que a economia circular é um tema ligado diretamente ao uso de energia renovável, gestão de ativos, aumento da vida útil dos produtos, regeneração e reutilização de materiais e muito mais. Valores estes que são cada vez mais importantes para o consumidor, já que se estima que dois a cada três pessoas cobram das empresas a redução do impacto ambiental – um número que merece atenção.

Essa tende a ser uma oportunidade excelente das empresas se fortalecerem no mercado em termos de inovação, competitividade e sustentabilidade.

Marisa Zampolli é CEO da MM Soluções Integradas, engenheira elétrica e especialista em Gestão de Ativos.